Sorrisos, cigarros e memórias

Julhy Van Den Berg

Trago o cigarro na esperança de acalmar os ânimos da euforia que muitas vezes é confundida com a ansiedade, da felicidade de bons dias, e da tristeza dos dias cinzas que tanto me assustam.
Minha boca toca o filtro, puxa o fumo e meu peito relaxa, mas as lágrimas caem e me toco da importância de não coloca a nicotina no meu corpo, tarde demais. Fuçando as caixas de memórias, que minha mente guarda de uma maneira nada aprovada por Marie Kondo, meu peito acalma e todos os demônios se calam.
O ontem vai se repetir, amanhã vai passar e hoje é importante também.
É engraçado como tem memórias que pregam na gente, meu corpo ainda se arrepia inteiro toda vez que me recordo da voz rouca, do gemido que sai entre os lábios e caiam no meu ombro. Talvez eu precise iniciar a prática de abraçar, agradecer e deixar essa recordação ir, no entanto é gostosa demais pra largar.
Então eu beijo outro cigarro para descansar meus lábios do sorriso besta que minha boca não resiste em arreganhar, toda vez que topo com essas memórias no início, meio ou fim do dia.

Vá, mas volte logo

Julhy Van Den Berg

Eu não te quero
Não te quero feliz
Te quero diferente
Diferente dos outros
Diferente de todos
Te quero transbordando
Em pura felicidade
Seja a 1mm ou a uma milha de distância
Te quero feliz
Independente do que custe
Do que doa
Do que mude, transforme
Te quero feliz, sorrindo, ali, aqui, acolá
Porque foi pra isso que tu veio
Que tu vai
Pra sorrir
Chorar
Gargalhar

Maria

Julhy Van Den Berg

Como é que pode uma pessoa ser leve como brisa e forte como ventania?
Como é que pode um ser tão leve, delicado e tão forte, valente!
Como pode tu ser assim, desse teu jeito todo doido, de mexer com o miolo e deixar todo mundo meio bobo.
Me explica, como que faz para ter esse sorrindo lindo, que faz homem virar menino e chorar de gargalhar!
Tu na vida faz muita soma, multiplica e equaciona a felicidade só com o teu chegar…
Tua ausência deixa saudade, aperta o peito e corta pela metade, esperando tua volta pra completar.
Eita Maria, tu não sabes o bem que faz, teu cheirinho, teu risinho, me deixa tão alegrinho que aplaudo até o sol raiar.

Rafael

Julhy Van Den Berg

Como é que essa pessoa apareceu mesmo? Ah foi a Tayná! Ela falou que me apresentaria para alguém muito legal e em uma tarde de domingo(?), não tenho certeza, mas em uma tarde eu conheci um garoto extremamente azedo e irritante! Eis que o mesmo hoje não pode mais sair da minha vida.
Sabe quando tu chegas pra uma criança e diz “vou te contar um segredo, mas não conta pra ninguém, tá bom? Vamos fazer uma surpresa!” e ela fica ansiosa, saltitante e contando os segundos para chegar a hora, para poder descobrir qual é a tal surpresa. É assim que fico toda vez que tu me dizes “estou chegando, quero fazer nossas caminhadas, ter nossas conversas, sentir o teu cheiro e te dar aquele abraço”. Eu conto os dias, meu coração dispara e a agitação me toma de conta. Tu me causas tudo isso com esse anúncio.
O meu amor por ti cresce a toda despedida e a cada vez que te vejo, encontro um garoto um passo mais perto de um homem e me atrevo até a dizer um homem com alma de garoto. Todas as coisas com que tu já tiveste que lidar e o modo como soube agir a cada situação é algo aplaudível. Tua compreensão com muitos que não merecem nem o teu sorriso me faz ver que a bondade que veio contigo é enorme e eu poderia passar dias escrevendo tuas qualidades, não que tu não tenhas defeitos, mas acho que meus dedos cansariam.
Li em algum lugar que os segredos existem para serem contados e chega um momento que eles devem ser contados, então escolhi contar todos os meus a você. Assim, de graça.
Se alguém merece felicidade, esse é você! Sempre um doce, carinhoso e amável, educado e com esse coração enorme que é possível guardar uma Goiânia e uma Roraima dentro. E eu te amo, e me apaixono a cada sorriso, a cada abraço.
Até o próximo cheiro, meu amor.

Obrigada

Julhy Van Den Berg

Lembra que tu não lembras como foi o primeiro dia? Estúpido e antipático é inacreditável, mas foi assim que te defini e hoje? Bem eu morro de amores por ti e vivo fazendo aquilo de “te respirar nas férias e te guardar em mim”.
Eu choro e tu escutas, eu dou risada e tu ri comigo e chega a falar que a minha dor é tua dor também, dai eu choro um pouco mais e é como um agradecimento por te ter comigo. Eu fico meses e meses ansiando a tua chegada, esperando aquele teu abraço apertado que me pega de corpo inteiro e o teu cheio que entra nos meus pulmões e ouvir qualquer coisa que saia da tua boca.
Recordo-me do dia em que fui te buscar, eu tinha ficado a noite inteira acordada e pensando “como surpreendê-lo?”, dai quando chega o momento e quando eu finalmente vou correr até você tu me enxerga pela droga do reflexo e vira pra me aparar nos teus braços dizendo “eu vi o teu cabelo”, então rimos disso até hoje.
E foi no dia 24 de julho, meu aniversário que eu te vi como um príncipe lindo cantando pra mim com um presente nas mãos e eu sorrindo de longe, pois claro tu só me deixaste chegar perto quando cantou e falou tudo o que tinha pra falar. Jamais esquecerei disso.
Então eu creio que estou perdidamente apaixonada, no sentindo mais doce da palavra, no mais belo tom possível da paixão.

Diretamente de Calor City

Textos

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Um rapaz andava por terras desconhecidas, era filho de um senhor de pertences corriqueiros, batalhador o jovem jamais permitiu que terceiros invadissem seus caminhos e ababelassem os objetivos de sua vida. Roger era menino sofredor e saiu do gueto de uma cidade escaldante conhecida como Calor City e agora já sendo um homem de poucas – mas valiosas – posses vagava pelo território de Sertanejo City, assim como o próprio descrevia.

Do contrário de onde vinha anteriormente Sertanejo City era um local de clima agradável, da sacada de Roger era possível enxergar o lindo pôr do sol e embaixo na rua calma passavam crianças de bicicleta, que estavam sendo espreitadas de longe pelos pais e o nosso querido fugitivo do gueto apenas observava a beleza de mais um dia.

Durante o dia ele dedicava sua vida a aprender mais sobre a saúde dos animais, tentava se concentrar mais em estudos e menos em saudade, focava a energia em ser alguém e assim que voltasse a Calor City pudesse recompensar os esforços que sua família junta fazia por ele. Na noite o jovem corria para bailes de dança onde todos estavam elegantemente arrumados, rapazes retiravam moças para bailarem juntos os ritmos típicos da cidade, era como uma valsa elegante e educada, tudo com muito respeito e etiqueta. Perto do amanhecer o galanteador  acompanhava a linda moça com quem dançara a noite inteira para um passei a beira de um lago e lá chegando a colocava numa linda canoa artesanal que se encontrava colocada delicadamente na ponte rústica construída com cuidado por cima daquela água lindamente esverdeada.  Ao redor do lago folhas cor de laranja caiam sobre a água e Roger Salvador contava histórias de sua cidade quente.

Quando chegava a hora de voltar a sua realidade o Mr. Salvador encontrava com seus amigos e entre elas a mais nova amiga de cabelos cor de fogo e cortados de maneira única, outra de cabelos escuros como a noite e se não me engano havia uma terceira com madeixas cor de ouro. E eram elas que o ajudavam a seguir sua vida na nova terra.

 

Roger: R.S.