Reencontro

Julhy Van Den Berg

Lembro como se fosse hoje, acordei com uma animação que não sentia a muito tempo, o sol ardia lá fora e o dia tinha um cheiro, cheiro de sábado.
Então eu fiz o meu almoço, tocando a playlist que me faz performar na frente das chamas do fogão, como se fossem meu público.
Depois de almoçar, enchi a garrafa com água, coloquei o fumo na bolsa e fui embora na bicicleta.
Não tinha ideia pra ou por onde ir, só segui em frente, rindo pro vento de um jeito que secava a boca, então as lágrimas começaram a descer após 30 minutos de pedalada, foi quando me dei conta de como aquele dia era especial.
Eu tinha acabado de me reencontrar!
Sim, já tinha um bom tempo que não via essa pessoa energética, sorridente e capaz de cruzar o mundo sozinha, a culpa? Não existe um culpado específico pra isso e sim uma sequência de acontecimentos que citá-los agora apagaria meu protagonismo nessa história e se tem algo que não é permitido hoje em dia, é isso!
Então naturalmente eu já sabia pra onde girar o meu guidão e parei onde sempre fui quando estava muito triste e também feliz, sentei com os pés pendurados, quase encostando na água e acendi meu fumo, abri a cerveja que comprei no caminho e finalmente fiquei matando a saudade que eu nem imaginava sentir de mim.

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